Chorume

Quero conhecer o mundo sujo dos vingativos
A podridrão das ruas, das calçadas, do ralo aberto
Controlar a luxúria das putas
E dos malandros quero o lado mais perverso
Preciso gritar salivando no ouvido dessa gente
Preciso subir em suas cabeças vazias
Batucar descalço, me roçar no alto
E quero mais...
Arrancar os olhos desprezíveis
Me igualar a eles
Sem parar, sem pensar, nem voltar
Uma amostra FREAK, tropicália de mim
Uma bosta amostra, demônios no festim
Como numa aposta, ir até o fim.

O gramático não sobrevive

Um: Dê-me duzentos gramas de mortadela por gentileza.
Outro: Ãn?
Um: Duzentos gramas de mortadela.
Outro: Duzentas de mortandela você quer dizer né?
Um: Ah , sim , claro , duzentas gramas.

Sem nome

Nem todos os paladares me saboreiam
Os olhos não me vêem como deveriam
Ainda sim eles me comem
Me comem e me mastigam
Perfuram minhas veias entre seus caninos
Se impregnam com meu cheiro
Roubam minhas falas , meus gestos , minha rima ...
Mas eles me odeiam
Odeiam meu hálito quente , e meu som irritante
Odeiam a forma como mexo meus lábios
E ainda sim eles me imitam
E eu não passo de um careta
E ainda sim eles me comem , me cheiram , me lambem.