Derramo um pouco de mel nessa bola de mágoa na garganta que
lateja e venho. Venho e me faço aqui várias vezes, porque somente assim é
possível ensimesmar-se. É preciso estar não só atento, mas seguro e eu estou
devagar, enrolando as pontas dos dedos nas pontas da coberta que me cubro devagar.
Não me importo que seja devagar. Eu até prefiro. Só quero que seja. Quero que
seja eu e o que ensimesmou em mim. Não quero que sobre espaço. Eu quero é que falte
tempo para recorrer a qualquer coisa que não seja o caminho que só se faz enquanto
eu o faço. Vou devagar. Lento eu me
desfaço.
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