domingo, 1 de fevereiro de 2015

Poesia da 4 e tal

Meu bem, a poesia existe.
Mas ela não é essa dos livros didáticos.
Ela dói.
Ela dói enquanto você dorme pensando.
Dói enquanto dorme pensando em outros.
Ela carece de sangue venoso e arterial.
Meu amor, minha poesia é só sua.
Só nossa.
Só minha.

Minha poesia é só minha e sua.
Nossa poesia é só nossa e minha.
Minha poesia é um paciente na fila do transplante.
Minha poesia só tem um pulmão.
E nenhum fígado.
Minha poesia toma pinga pensando em você.
Minha poesia fuma um cigarro pensando na gente.
Minha poesia precisa da nossa poesia.
Minha poesia te chama, meu amor.
Venha [!]

Minha poesia taca fogo no corpo e dança.
Minha poesia dança com fogo no corpo cheia de mistério.
Minha poesia toca só aqui, meu amor.
Minha poesia quer ser seu amor também.
Com Janis Joplin, ou Billie Holiday, ou Chico, ou o que você quiser que seja.
Eu troco a frequência enquanto você não olha.
Mas venha.
Minha poesia tem fome grande.
Amor, minha poesia quer dançar pelada no terraço enquanto você mede minha cintura com seus palmos.
Vamos dançar a minha poesia [?]
Minha poesia vai dormir.
Mas minha poesia te espera dormindo acordada.
Cheia de café.
Minha poesia dorme abaixo do teu travesseiro.
Acorda.
A minha poesia voa nos olhos dos homens.
Sobre tua cabeça.
Sob teus olhos
Meu amor; minha poesia desmaiou nos teus braços.

Salva-me.
Meu amor, salva-me.
 
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário